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Procrastinação: o que é, causas e efeitos

A procrastinação é um comportamento comum que afeta pessoas em diversas áreas da vida. Estudos mostram que 20% dos adultos são procrastinadores crônicos – 20 milhões de pessoas só no Brasil (Super Interessante/2022).

Adiar tarefas ou substituí-las por atividades menos relevantes pode trazer consequências negativas, tanto pessoais quanto profissionais. 

Dessa maneira, neste artigo, vamos explorar o que é a procrastinação, discutir suas causas e tipos, ressaltar os efeitos de ser um procrastinador e apresentar como a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) auxilia na superação desse padrão de comportamento.

O que é a procrastinação?

À princípio, a procrastinação pode ser definida como o ato de adiar ou postergar a realização de tarefas importantes, seja substituindo-as por atividades menos prioritárias ou evitando-as completamente. Ela envolve uma combinação de fatores psicológicos, comportamentais e emocionais. 

Nesse sentido, torna-se fundamental compreender as origens desse problema, tal como as diferenças entre os tipos de procrastinação, que serão explicados adiante.

Causas da procrastinação

As causas da procrastinação variam de pessoa para pessoa, mas as mais comuns incluem a desmotivação, dificuldade em lidar com a pressão, busca por prazer imediato e insegurança em relação ao desempenho. 

Aspectos como a falta de organização, habilidades de gerenciamento do tempo e autocontrole também contribuem para a procrastinação, que possui classes variadas. E entendê-las pode ajudar a identificar padrões específicos de comportamento procrastinatório.

Tipos de procrastinação

Além das diferentes causas da procrastinação mencionadas anteriormente, é possível identificar tipos de procrastinação, cada qual com características distintas. Vejamos alguns deles:

Procrastinação perfeccionista, distraída e evitativa

Na procrastinação perfeccionista, incluímos as pessoas que têm o hábito de adiar tarefas por buscarem a perfeição. Elas tendem a acreditar que não serão capazes de realizar as atividades de maneira impecável, então preferem adiá-las indefinidamente.

A procrastinação pode surgir devido à dificuldade em manter o foco e a concentração. Trata-se da procrastinação distraída. O indivíduo se distrai facilmente com estímulos externos, como redes sociais, televisão ou outros entretenimentos, o que leva ao adiamento de grandes responsabilidades.

Por fim, existe a procrastinação evitativa. Nesse caso, o comportamento procrastinador é motivado pela tentativa de evitar emoções negativas associadas à tarefa em questão. A pessoa pode experimentar ansiedade, medo de fracasso ou desconforto, e, como forma de autopreservação emocional, acaba postergando a execução da atividade.

É preciso ressaltar que esses tipos de procrastinação podem se sobrepor ou coexistir em um mesmo indivíduo. E suas consequências são bastante severas.

Consequências de ser um procrastinador

A procrastinação tem impactos significativos em várias áreas da vida de uma pessoa. Embora adiar tarefas ocasionalmente possa não ser um problema grave, quando se torna um padrão constante, as consequências são prejudiciais.

Sendo assim, vamos explorar alguns dos principais efeitos de ser um procrastinador.

Estresse e ansiedade

A procrastinação gera um ciclo de estresse e ansiedade, pois as tarefas não concluídas acumulam-se, levando a prazos apertados e pressão emocional. O constante adiamento pode causar uma sensação de sobrecarga e a percepção de falta de controle sobre as responsabilidades.

Baixa produtividade e desempenho

Aliás, esse hábito compromete a produtividade e o desempenho geral. Afinal, conforme retarda atividades importantes, as pessoas têm menos tempo para executá-las adequadamente, levando a resultados de baixa qualidade. Isso pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, profissional e até mesmo as oportunidades de carreira.

Queda na autoestima e autorregulação

A procrastinação crônica é capaz de afetar negativamente a autoestima e a confiança em si mesmo. O indivíduo se sente frustrado e desapontado com sua própria falta de iniciativa e capacidade de concluir tarefas.

Fora isso, a habilidade de autorregulação, ou seja, o controle sobre os próprios comportamentos e a capacidade de cumprir metas, é comprometida.

Impacto nos relacionamentos pessoais e sociais

O adiamento constante de compromissos ou responsabilidades também aumenta desentendimentos, falta de confiança e ressentimentos por parte de amigos, familiares ou colegas de trabalho.

Além do mais, a procrastinação pode limitar a participação em eventos sociais, já que o tempo é consumido pelas tarefas adiadas.

Essas são apenas algumas das consequências comuns enfrentadas por aqueles que têm o hábito de procrastinar. No entanto, é importante salientar que é possível superar a procrastinação e suas consequências negativas com ajuda adequada.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), por exemplo, oferece métodos eficazes para reconhecer as causas subjacentes da procrastinação e lidar com ela de forma saudável e produtiva.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) no combate à procrastinação

Nesse sentido, a TCC é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada para tratar uma série de problemas psicológicos, incluindo a procrastinação.

Através da TCC, é possível compreender as raízes e os padrões de pensamentos disfuncionais que contribuem para a procrastinação e desenvolver estratégias eficazes para superá-la, como destacamos a seguir.

Identificação das crenças e pensamentos limitantes

Dessa forma, a TCC busca identificar as crenças e ideias negativas que estão na base da procrastinação. Muitas vezes, esses pensamentos incluem a percepção de que a tarefa é muito difícil, o medo do fracasso ou a busca constante pela perfeição. 

Por meio da terapia, torna-se viável questionar essas crenças e substituí-las por pensamentos mais realistas e construtivos.

Desenvolvimento de habilidades de autorregulação

Essa abordagem terapêutica também dispõe de técnicas e estratégias para fortalecer a habilidade de autorregulação. Isso envolve o estabelecimento de metas realistas, a criação de um plano de ação detalhado e o desenvolvimento de competências relacionadas à gestão do tempo e organização.

Gerenciamento do medo e ansiedade

Em diversos casos, a procrastinação está associada a sentimentos de medo e ansiedade. Nesse sentido, a TCC trabalha constatando tais emoções e produzindo estratégias de enfrentamento adequadas, como a dessensibilização sistemática, que envolve a exposição gradual à situação temida, e o desenvolvimento de habilidades de gerenciamento do estresse.

Promoção de hábitos saudáveis e autocompaixão

Afinal, a Terapia Cognitivo Comportamental também enfatiza a importância de cultivar hábitos saudáveis e de praticar a autocompaixão. O que envolve cuidar do bem-estar físico e mental, estabelecer rotinas apropriadas, bem como aprender a lidar com sentimentos de culpa ou autocrítica quando ocorrerem contratempos.

Portanto, a TCC ajuda os indivíduos a entenderem suas tendências procrastinadoras, explorando as causas subjacentes e desenvolvendo estratégias personalizadas para superar esse padrão. 

Através do trabalho conjunto com a terapeuta, é possível adquirir as ferramentas necessárias para enfrentar o problema e melhorar a qualidade de vida.

Por Shirley Miguel.