Rua Dr. Pelágio Lobo, 142, Sala 07, Guanabara, Campinas/SP 19 99920-3455

News Details

  • Home
  • Depressão pós-parto
Bebê solitário com seu ursinho de pelúcia após a mãe sofrer de depressão pós-parto

Depressão pós-parto

O sonho de engravidar e de ter um filho(a) é algo muito comum na maioria das mulheres. Geralmente, uma gravidez dura em torno de 40 semanas ou 9 meses.

Nesse tempo, a mulher, além das mudanças do corpo perceptíveis ou não, passa por muitas mudanças psicológicas. Em muitos casos, é aí que a depressão pós-parto se torna realidade.

O desenvolvimento da gravidez

Logo no início da gravidez, pode ser difícil acreditar no que está para vir, já que as mudanças físicas costumam ser mínimas. Exceto, é claro, para aquelas com sintomas de enjoo ou mal-estar mais fortes.

Contudo, na medida em que o corpo vai mudando, a barriguinha aparecendo, a ideia de ter um filho vai se concretizando. Assim, a mulher precisa lidar com todas as emoções que vêm nesse período, sejam elas alegria e contentamento pelas expectativas boas. Ou até mesmo o medo e rejeição que podem surgir por expectativas nem tão boas.

Perguntas sobre como será essa criança, como vai lidar com a maternidade ou sobre o estado de saúde do filho são muito comuns.

Depois do nascimento

Contudo, tudo isso ainda não é tão concreto quanto quando se pega o filho nos braços pela primeira vez. Nesse momento, o sonho torna-se realidade e é preciso lidar com toda a mudança que essa nova fase de vida trará.

Portanto, é normal que a mulher passe uns dias mais reflexiva, tendendo a uma certa melancolia, ajustando sua nova realidade. Esse período tem até um nome: Baby Blues.

Quando o Baby Blues se prolonga e muda de nome: Depressão Pós-Parto

Ocorre que algumas mulheres não saem desse Baby Blues. Por vezes, esse prolongamento gera sintomas que levam ao sofrimento. E é um sofrimento cheio de ambiguidade, cheio de culpa e de muita solidão, que pode incapacita-la de cuidar de si mesma e do seu bebê: A Depressão Pós-parto.

Ao contrário do que se acredita, o período do puerpério psicológico não termina com 40 dias do parto, mas dura em média 2 anos. Portanto, abrange todo o período em que o bebê tem seu desenvolvimento até se tornar um pouco mais autônomo. E todo esse é um período muito sensível para a mulher, com alto risco de Depressão Pós-parto.

Depressão Pós-Parto

A mulher pode se sentir triste, sem energia para cuidar do bebê, dificuldade de descansar ou de dormir, irritabilidade, chorar muito, se isolar de familiares e amigos. Além disso, pode sentir culpa e medo constantes, preocupação demasiada com os cuidados com o bebê e crença que não terá capacidade para cuidar do seu bebê ou ser uma boa mãe.

E, em alguns casos mais graves, pode haver alucinações e delírios com pensamentos de machucar a si mesma e o seu bebê, que podem vir a se concretizar.

Depressão Pós-Parto e seus sintomas

Boa parte desses sintomas podem surgir com a grande mudança hormonal que ocorre no corpo da mulher, mas a dificuldade de adaptação a essa nova fase de vida costuma ser um fator importante também.

No entanto, a falta de suporte familiar ou de rede de apoio tanto para suas novas demandas quanto com os cuidados com o bebê também pode contribuir.

A mulher quando tem um filho precisa lidar com uma nova vida, com uma nova rotina, com a administração de seu tempo. Além disso, é aos poucos que ela vai integrando todas as outras atividades anteriores, além da grande carga mental de cuidar de um bebê.

Esse processo não é simples. É uma mudança de mente, de como se olha a si mesma, a vida, seu tempo e espaço e da sua grande responsabilidade para desenvolver um caminho que seja suficientemente bom.

Por isso, muitas mulheres sentem intensa ansiedade até que aprendam como viver essa nova vida. E, infelizmente, esse caminho costuma ser solitário. Não que não existam outras pessoas, mas nem sempre vão compreender com o que ela está tendo que lidar, daí vem a solidão materna.

A Depressão Pós-Parto e a solidão materna

A solidão materna é aquela sensação de se estar rodeado de pessoas, sem necessariamente se sentir amparado, ouvido ou compreendido. Ou mesmo, de saber que mesmo que essas pessoas tenham muita compreensão, ofereçam muito suporte, o que é esperado dela, não é algo que podem fazer por ela.

Ainda assim a nova vida vai ter que se construída por ela, passo a passo, sem tanto conhecimento empírico. E algumas mulheres terão que lidar duas vezes com esse sentimento, pois além de se sentirem sozinhas em uma multidão, não estão em uma, não tem essa rede de suporte e essa responsabilidade.

No final das contas, essa carga mental acaba pesando muito, podendo gerar o adoecimento dessa mulher, dessa mãe.

Depressão Pós-Parto: a busca por ajuda

A demora da busca de ajuda costuma vir por causa se um intenso preconceito que existe com as mães com essa dificuldade, pois se sentindo julgadas, acabam por silenciar-se para tentar lidar com esses sintomas sozinhas.

Na nossa sociedade, espera-se que as mulheres, uma vez que passaram 9 meses grávidas, se preparando para esse momento, saibam exatamente o que fazer, lidem bem com tudo isso e ainda sintam imenso prazer.

Contudo, a realidade não corresponde a expectativa dessa sociedade que cobra pela maternidade, mas não ensina como exercer por considerar ser algo instintivo.

Por isso, é importante, que o marido, a mãe ou qualquer pessoa mais próxima de uma mulher com filhos, principalmente crianças até 2 anos, fiquem de olho e busque ajuda, se necessário.

Como funciona o tratamento para a Depressão Pós-Parto

O tratamento alia a medicação prescrita pelo psiquiatra e a psicoterapia com o psicólogo e precisa ser buscado assim que se percebe os primeiros sintomas.

Existem psicólogos especializados nesse cuidado tão necessário para as mães através da Psicologia Perinatal e da Parentalidade, que além de oferecer esse espaço físico e emocional, podem ajudar a mulher a construir essa nova vida aos poucos.

Isso ocorre através de um processo, reconhecendo cada passo, cada aprendizado para se tornar uma mãe suficientemente boa, não perfeita, porque é disso que os filhos mais precisam: o suficiente.

Por Shirley Miguel

Leia também: