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14 de novembro de 2022 Global Project 0 Comentários

Síndrome do Impostor: como a TCC pode combater a desconfiança em si mesmo

Não importa se é só um trabalho de rotina no escritório ou uma recepção de um prêmio no palco de um evento, sempre haverá espaço para a insegurança. Quando essa sensação se torna recorrente, de não sermos capazes de realizar tarefas ou merecedores de reconhecimento, temos a chamada Síndrome do Impostor.

Porém, em alguns casos, esse tipo de insegurança pode gerar casos de pura autossabotagem. O complexo de inferioridade toma conta da rotina de trabalho e a cobrança pela “perfeição” idealizada torna-se difícil de superar.

Se até mesmo autores de bestsellers e ganhadores do Oscar têm a sensação de serem “impostores” às vezes, como fazer para evitar essa sensação paralisante?Bom, se você também já sofreu com a Síndrome do Impostor, em maior ou menor grau, este artigo é para você.

O que é a Síndrome do Impostor?

A utilização do termo “Síndrome do Impostor” teve uma ascensão recente, mas o fenômeno não é tão novo. 

Afinal, a primeira vez que algo do tipo foi registrado em um estudo foi no artigo das psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, que em 1978 já exploravam o que elas tratavam como fenômeno do impostor.

Desde então, diversos outros pesquisadores ajudaram a documentar mais casos em que a Síndrome do Impostor e a insegurança podem afetar a Autoimagem do indivíduo.

Três das principais características que definem a Síndrome do Impostor são:

  1. A sensação que as pessoas ao seu redor superestimam suas habilidades;
  2. A tendência persistente de colocar a si mesmo para baixo, diminuindo o valor do seu trabalho com justificativas exteriores;
  3. O medo que os outros descubram suas fraquezas e “verdadeiras” falhas.

Se você se identificou com alguma delas, não se preocupe, você não está sozinho. Cerca de 65% dos profissionais estão familiarizados com a Síndrome do Impostor e seus efeitos.

Dessa forma, já adentrando os conceitos da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a maior preocupação é com o indivíduo que desenvolve crenças irracionais que fomentam esse pensamento autocrítico. Pensamentos estes que prejudicam o bem-estar do paciente.

Só porque pensamos em algo, isso não quer dizer que seja realidade. Entretanto, a Síndrome do Impostor não nos permite ver dessa forma.Essas crenças adicionam peso aos nossos pensamentos ao ponto de fazê-los parecerem fatos concretos.

Como o pensamento distorcido prejudica a Autoimagem?

Infelizmente, um pensamento distorcido pode nos fazer mais mal do que imaginamos.

Seja quando nós imaginamos que um pequeno contratempo significa a ruína de todo um projeto ou quando fazemos uma entrevista de emprego com a mentalidade de “tudo ou nada”. 

Quando damos mais atenção ao que “deveríamos ter feito” em detrimento ao que conseguimos fazer ou assumimos total responsabilidade por fatores além do nosso controle.

Tudo isso é capaz de afetar a maneira que o indivíduo se vê, tanto por fora quanto por dentro, deixando cicatrizes em sua AutoimagemAutoimagem é um conceito muito abordado na TCC, pois mostra como uma pessoa enxerga e interpreta a realidade. Dois conceitos que integram a Autoimagem são o Autoconceito e a Autoestima

Autoconceito

Autoconceito é a imagem que a pessoa constrói de si mesma. Dentro da TCC, utilizamos perguntas que instiguem a autodescrição do paciente. 

Assim, somos capazes de extrair o conceito que ele criou sobre a sua imagem e personalidade.O Autoconceito é, portanto, baseado em como o indivíduo interpreta a visão dos outros sobre si.

Autoestima

Em contrapartida, a Autoestima na TCC tem a ver com o fato do indivíduo gostar ou não de si mesmo.

Uma pessoa com boa Autoestima é aquela que se valoriza, se aceita e está aberta a se conhecer mais.

Dessa forma, o Autoconceito pode ser prejudicial para a Autoestima, piorando a Síndrome do Impostor como um todo. Porém, dentro do contexto empresarial, fatores externos como uma liderança abusiva também podem ser danosos para a Autoestima.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): combatendo a Síndrome do Impostor

A Terapia Cognitivo-Comportamental é a forma mais efetiva de combater a Síndrome do Impostor e melhorar a Autoimagem.

Afinal, a TCC possui à disposição diversas técnicas e tratamentos que permitem identificar e ressignificar as crenças do paciente. Crenças que servem de gatilho e combustível para a Síndrome do Impostor.

Com o processo terapêutico da TCC, o paciente compreende que os seus pensamentos estão fora da realidade, através da proposta de outras conclusões alternativas.

Essas conclusões têm maior fundamentação na realidade e, com o passar do tempo, vão sendo bem aceitas e tornam o indivíduo capaz de interpretar com clareza os fatos ao seu redor.

E os fatos são: perder e falhar fazem parte de qualquer processo. Isso não faz de você uma fraude ou define você de forma alguma.

Por Shirley Miguel