O trabalho dignifica o homem; e o homem, o seu trabalho. (Francis Cirino)
Essa frase fala muito do valor que nós colocamos no trabalho e de como, desde que nos entendemos como gente, pensamos em trabalho. Mas e quando extrapolamos este pensamento e acabamos adoecendo pelo trabalho, no que conhecemos hoje como Síndrome de Burnout?
Desde nossa infância, falamos sobre o que queremos ser quando crescermos: policial, bombeiro, médico, modelo, cientista, astrônomo, professor são as profissões mais citadas pelas crianças.
Já na adolescência temos uma ideia da importância dessa escolha e ponderamos salários, mercado de trabalho, status e sofremos na época de escolher que rumo tomar (vestibular, ensino técnico, ganhar dinheiro, seguir um sonho, atender expectativas dos pais, etc).
Afinal, a questão é que passamos a maior parte do nosso tempo de vida trabalhando e o trabalho é o principal caminho para mantermos nossa sobrevivência, adquirirmos bens, realizarmos sonhos, fazermos parte de um grupo e ter um tipo de status.
Atualmente, passamos em média 1/3 de nossas vidas trabalhando, entre 8 e 10 horas por dia. Então, o trabalho é uma parte da vida fundamental para nossa saúde física e mental, podendo sim dignificar o homem, e também, o adoecer.
Síndrome de Burnout: adoecendo pelo trabalho
A Síndrome de Burnout foi descrita pela primeira vez em 1974, pelo Dr. Freudenberger, médico e psicanalista, que sofreu na pele o que causava essa síndrome mesmo antes de ter um nome. Ele mesmo trabalhava cerca de 12 horas por dia atendendo pacientes e acabou tendo um esgotamento físico e mental que o deixou de cama.
Atualmente, essa síndrome figura nos manuais de classificação de doenças, como CID e DSM. Burnout é um termo em inglês que significa queimar por completo, ou seja, esgotar todos os recursos de algo.
Então, a Síndrome de Burnout descreve um tipo de esgotamento físico e mental que causa sintomas que podem levar à incapacitação da pessoa, principalmente em aspectos profissionais. Isso porque é a área da vida que mais contribui para esse tipo de adoecimento
Burnout: adoecendo pelo trabalho
As principais áreas profissionais que levam ao Burnout são aquelas que exigem um maior envolvimento interpessoal e pressão por tempo e resultados.
Geralmente trabalhadores de assistência social, saúde e finanças são os mais afetados, mas atualmente também são descritos muitos casos de atletas e mães com jornada dupla apresentando sintomas de esgotamento extremo.
De fato, atletas são geralmente exigidos em sua capacidade física e mental extrema para darem resultado. A partir disso, acabam reagindo a essas demandas de alta performance com a busca da perfeição e o não respeito a seus próprios limites.
Tudo isso contribui para a demora da busca por tratamento, uma vez que não costumam aceitar seus sintomas por si mesmo e pelo próprio meio que vivem, não reconhecendo a Síndrome de Burnout.
Síndrome de Burnout e as mulheres
As mulheres também são mais suscetíveis à Síndrome de Burnout, principalmente quando se tornam mães e precisam incluir mais um papel em suas vidas.
Nesse momento, elas precisam se dividir para dar conta de mais trabalho em sua rotina diária e aumento da carga mental que vem com essa responsabilidade.
Como esse aumento de demanda é normalizado pelo seu meio como algo natural e que deve dar conta, geralmente a mulher não busca ajuda, tentando dar conta de tudo por medo de ser incompreendida, o que pode levar ao esgotamento.
Sintomas da Síndrome de Burnout
Os principais sintomas da Síndrome de Burnout são:
Cansaço extremo levando a exaustão física e mental;
Ansiedade intensa;
Mudanças de humor constantes;
Dificuldade de concentração e memória;
Irritabilidade que pode levar a agressividade;
Isolamento social;
Baixa autoestima;
Pessimismo sobre si mesmo e seu futuro;
Insônia;
Dor de Cabeça/Enxaqueca, Hipertensão, tensão/dor muscular constante, distúrbios gastrointestinais.
Se não tratados, esses sintomas podem incapacitar a pessoa para o trabalho (qualquer que seja), o que gera uma frustração muito grande e perpetua o esgotamento, pelas autocobranças geradas.
Dessa forma, uma das questões mais difíceis nesse diagnóstico é a demora em buscar ajuda. Seja pelo fato de não perceberem os primeiros sintomas como importantes ou pela incompreensão no campo profissional de pares e chefias, e, muitas vezes, da própria família.
Frequentemente, os sintomas são considerados como apenas um cansaço natural. Quando o indivíduo já não está lidando bem com isso, pode ser considerado fraco e cheio de frescuras, porque, afinal de contas, “todo mundo trabalha.”
Como identificar os sintomas
Por isso é importante as pessoas que desconfiam que podem estar chegando ao Burnout observarem três características desse momento:
O cansaço sentido não melhora mesmo com um ótimo final de semana, períodos de férias ou licença médica;
Os esforços para continuar produzindo podem até aumentar, mas os resultados não acompanham e/ou só pioram.
A desesperança, pessimismo e ceticismo pelo futuro é algo que não melhora. A pessoa fica totalmente sem perspectivas.
Entretanto, o diagnóstico é clínico. Por isso, deve ser realizado através de levantamento de histórico de vida pessoal e laboral, da aplicação de questionários e escalas e, também, pela avaliação do funcionamento mental do paciente — suas características de personalidade que podem também estar contribuindo para o adoecimento.
O diagnóstico costuma ser feito por psiquiatras e psicólogos e é fundamental para um tratamento correto.
Tratamento da Síndrome de Burnout
O tratamento da Síndrome de Burnout é realizado aliando medicação (antidepressivos e ansiolíticos) e Psicoterapia. Além disso, são recomendadas a aplicação de técnicas de relaxamento/meditação e a prática de atividades físicas que contribuem para a melhora da qualidade de vida do paciente.
Ao passo em que há um crescimento do número de pessoas com Síndrome de Burnout, também tem crescido a necessidade de reflexão na nossa sociedade do papel do trabalho.
Apesar de ainda ser algo tímido, algumas empresas têm investido mais na qualidade de vida do funcionário, diminuído carga horária e aberto espaço para o diálogo, não estigmatizando os funcionários adoecidos.
Por fim, essa reflexão precisa crescer, podendo atingir o ambiente familiar, para que possam redistribuir melhor as tarefas domésticas e a criação e educação dos filhos entre seus membros, não sobrecarregando mais uns do que outros.
Porém, enquanto isso não acontece de maneira expressiva, como modo preventivo, o diagnóstico e tratamento são o caminho.
Síndrome de Burnout: quando o trabalho adoece
Essa frase fala muito do valor que nós colocamos no trabalho e de como, desde que nos entendemos como gente, pensamos em trabalho. Mas e quando extrapolamos este pensamento e acabamos adoecendo pelo trabalho, no que conhecemos hoje como Síndrome de Burnout?
Desde nossa infância, falamos sobre o que queremos ser quando crescermos: policial, bombeiro, médico, modelo, cientista, astrônomo, professor são as profissões mais citadas pelas crianças.
Já na adolescência temos uma ideia da importância dessa escolha e ponderamos salários, mercado de trabalho, status e sofremos na época de escolher que rumo tomar (vestibular, ensino técnico, ganhar dinheiro, seguir um sonho, atender expectativas dos pais, etc).
Afinal, a questão é que passamos a maior parte do nosso tempo de vida trabalhando e o trabalho é o principal caminho para mantermos nossa sobrevivência, adquirirmos bens, realizarmos sonhos, fazermos parte de um grupo e ter um tipo de status.
Atualmente, passamos em média 1/3 de nossas vidas trabalhando, entre 8 e 10 horas por dia. Então, o trabalho é uma parte da vida fundamental para nossa saúde física e mental, podendo sim dignificar o homem, e também, o adoecer.
Síndrome de Burnout: adoecendo pelo trabalho
A Síndrome de Burnout foi descrita pela primeira vez em 1974, pelo Dr. Freudenberger, médico e psicanalista, que sofreu na pele o que causava essa síndrome mesmo antes de ter um nome. Ele mesmo trabalhava cerca de 12 horas por dia atendendo pacientes e acabou tendo um esgotamento físico e mental que o deixou de cama.
Atualmente, essa síndrome figura nos manuais de classificação de doenças, como CID e DSM. Burnout é um termo em inglês que significa queimar por completo, ou seja, esgotar todos os recursos de algo.
Então, a Síndrome de Burnout descreve um tipo de esgotamento físico e mental que causa sintomas que podem levar à incapacitação da pessoa, principalmente em aspectos profissionais. Isso porque é a área da vida que mais contribui para esse tipo de adoecimento
Burnout: adoecendo pelo trabalho
As principais áreas profissionais que levam ao Burnout são aquelas que exigem um maior envolvimento interpessoal e pressão por tempo e resultados.
Geralmente trabalhadores de assistência social, saúde e finanças são os mais afetados, mas atualmente também são descritos muitos casos de atletas e mães com jornada dupla apresentando sintomas de esgotamento extremo.
De fato, atletas são geralmente exigidos em sua capacidade física e mental extrema para darem resultado. A partir disso, acabam reagindo a essas demandas de alta performance com a busca da perfeição e o não respeito a seus próprios limites.
Tudo isso contribui para a demora da busca por tratamento, uma vez que não costumam aceitar seus sintomas por si mesmo e pelo próprio meio que vivem, não reconhecendo a Síndrome de Burnout.
Síndrome de Burnout e as mulheres
As mulheres também são mais suscetíveis à Síndrome de Burnout, principalmente quando se tornam mães e precisam incluir mais um papel em suas vidas.
Nesse momento, elas precisam se dividir para dar conta de mais trabalho em sua rotina diária e aumento da carga mental que vem com essa responsabilidade.
Como esse aumento de demanda é normalizado pelo seu meio como algo natural e que deve dar conta, geralmente a mulher não busca ajuda, tentando dar conta de tudo por medo de ser incompreendida, o que pode levar ao esgotamento.
Sintomas da Síndrome de Burnout
Os principais sintomas da Síndrome de Burnout são:
Se não tratados, esses sintomas podem incapacitar a pessoa para o trabalho (qualquer que seja), o que gera uma frustração muito grande e perpetua o esgotamento, pelas autocobranças geradas.
Dessa forma, uma das questões mais difíceis nesse diagnóstico é a demora em buscar ajuda. Seja pelo fato de não perceberem os primeiros sintomas como importantes ou pela incompreensão no campo profissional de pares e chefias, e, muitas vezes, da própria família.
Frequentemente, os sintomas são considerados como apenas um cansaço natural. Quando o indivíduo já não está lidando bem com isso, pode ser considerado fraco e cheio de frescuras, porque, afinal de contas, “todo mundo trabalha.”
Como identificar os sintomas
Por isso é importante as pessoas que desconfiam que podem estar chegando ao Burnout observarem três características desse momento:
Entretanto, o diagnóstico é clínico. Por isso, deve ser realizado através de levantamento de histórico de vida pessoal e laboral, da aplicação de questionários e escalas e, também, pela avaliação do funcionamento mental do paciente — suas características de personalidade que podem também estar contribuindo para o adoecimento.
O diagnóstico costuma ser feito por psiquiatras e psicólogos e é fundamental para um tratamento correto.
Tratamento da Síndrome de Burnout
O tratamento da Síndrome de Burnout é realizado aliando medicação (antidepressivos e ansiolíticos) e Psicoterapia. Além disso, são recomendadas a aplicação de técnicas de relaxamento/meditação e a prática de atividades físicas que contribuem para a melhora da qualidade de vida do paciente.
Ao passo em que há um crescimento do número de pessoas com Síndrome de Burnout, também tem crescido a necessidade de reflexão na nossa sociedade do papel do trabalho.
Apesar de ainda ser algo tímido, algumas empresas têm investido mais na qualidade de vida do funcionário, diminuído carga horária e aberto espaço para o diálogo, não estigmatizando os funcionários adoecidos.
Por fim, essa reflexão precisa crescer, podendo atingir o ambiente familiar, para que possam redistribuir melhor as tarefas domésticas e a criação e educação dos filhos entre seus membros, não sobrecarregando mais uns do que outros.
Porém, enquanto isso não acontece de maneira expressiva, como modo preventivo, o diagnóstico e tratamento são o caminho.
Por Shirley Miguel
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