Antes de responder a essa pergunta precisamos entender o que é cada um desses trabalhos, pois tanto o Coaching quanto a Psicoterapia são importantes e eficazes, e para atenderem às expectativas é preciso que essas técnicas sejam realizadas no momento certo e com o perfil correto de clientes.
Começaremos com o Coaching e como tudo começou nessa prática tão difundida atualmente.

O que é Coaching?

O conceito de Coaching como conhecemos hoje foi aplicado primeiramente no mundo dos esportes em 1960. Com seu crescimento, foi expandido para outras áreas, principalmente no mundo dos negócios. 

Apenas em 1990, devido à desaceleração da Economia Mundial, o Coaching assumiu definitivamente seu papel de importância para auxiliar empresas e profissionais a encontrarem soluções personalizadas para suas dificuldades e para o alcance de suas metas.

Existem várias definições de Coaching e gosto muito de usar a que o descreve como um processo de autodesenvolvimento. Assim, permite englobar a definição de metas, identificação de possíveis dificuldades e necessidades, planejamento de estratégias, desenvolvimento de competências e,  principalmente, o questionamento de crenças limitantes.

Logo, o Coaching nos leva a superar tais crenças, construindo novos caminhos e soluções, de forma criativa e eficaz. 
Aliás, o questionamento socrático faz parte dessa técnica fortemente, sendo reconhecido como Método Socrático. Como o nome diz, teve origem com o famoso filósofo Sócrates, que não aceitava as “verdades” de sua época sem refletir, sem conhecer e compreender, ou seja, questionando e construindo outras visões.

O processo do Coaching

O Coaching é um processo que tem um período de duração pré estabelecido, geralmente de até 12 sessões, que podem ter frequência semanal ou quinzenal. 

Isso é importante para que os próprios clientes não fiquem dependentes do processo e possam se responsabilizar por suas mudanças. Dessa forma, o foco não é a solução de todos os problemas, mas a capacitação do cliente a identificar, analisar e solucionar o que for possível para que sua meta seja alcançada ou redirecionada.

Ou seja, o Coaching não tem o objetivo de fazer com que a pessoa se torne outra pessoa ou resolva todas suas dificuldades psicológicas, sejam de ordem emocional ou mental.

Demandas atendidas pelo Coaching

As principais demandas que podem se beneficiar de um bom aproveitamento do Coaching são:

• Liderança e gestão de pessoas: permite trabalhar essas competências tanto para pessoas que já exercem as funções de liderança quanto aquelas que estão em fase de transição de carreira;
• Desenvolvimento de competências profissionais: excelência e qualidade, planejamento e estratégia, trabalho em equipe, negociação, tomada de decisão, criatividade e inovação, comunicação, visão sistêmica, entre outros;
• Empreendedorismo;
• Transição de carreira;
• Definição de metas e planejamento de estratégias;
• Relacionamento inter e intrapessoal;
• Preparo para concursos – foco, disciplina e estratégia;
• Valores e propósito de vida – busca, definição e aplicação.

O Coaching e a Psicologia

O Coaching obteve algumas de suas principais ferramentas da Psicologia, especialmente das abordagens Cognitiva-Comportamental e Positiva, mas também da Filosofia, Programação Neurolinguística e Neurociências. 

É importante salientar que os primeiros coaches não eram psicólogos e sim profissionais com profundo conhecimento sobre suas áreas de atuação, sejam elas Esportes, Administração ou Gestão. 

Além disso, também dominavam habilidades no desenvolvimento de pessoas. Estas habilidades foram aprimoradas através da busca pelo conhecimentos de diversas áreas, tais como a Psicologia e a Filosofia. 

Atualmente, isso se mantém. Não é necessário ser psicólogo para ser coach, pois existem formações específicas para isso. 

Entretanto, há uma certa preocupação para que esses profissionais se mantenham em suas áreas de atuação, não tentando atuar como psicólogos e psicoterapeutas. 

Obviamente, devido aos conhecimentos específicos da Psicologia e da mente humana, muitos dos coaches são psicólogos. Porém, mesmo com essa formação de origem, não podem atuar como psicólogos durante a prática do Coaching, embora seja uma grande vantagem por todo o conhecimento que já possuem.

É necessário compreender que o Coaching não é Psicoterapia e caso seja identificada a necessidade de encaminhamento do indivíduo, é preciso que o coach o faça assim que terminar o processo de Coaching.

E a Psicoterapia? Quando é indicada?

Agora é importante falarmos sobre a Psicoterapia para respondermos a pergunta inicial deste artigo.

A Psicoterapia é um processo sem um tempo predeterminado, necessariamente, que visa trabalhar tanto encaminhamento por diagnósticos prévios, para tratamento de sintomas e psicopatologias, quanto pela busca por autoconhecimento, autoestima e autodesenvolvimento, trabalhando questões psicológicas e emocionais que podem estar limitando a uma vida menos plena e saudável. 

Por isso, a Psicoterapia é realizada apenas por psicólogos, que trabalham com referenciais teóricos que embasam suas técnicas e práticas durante as sessões.

Isso permite que esses profissionais atuem tanto na ressignificação de situações passadas, que estejam influenciando no presente, quanto no planejamento de futuro, trabalhando crenças, modelos, sintomas, estrutura de personalidade, entre outros. 

Portanto, trata-se de um processo mais profundo e duradouro.

Conclusão: Coaching ou Psicoterapia?

A compreensão da diferença entre Coaching e Psicoterapia é fundamental para que o cliente compreenda o que o atenda melhor.

Contudo, o profissional, principalmente se for psicólogo, em uma consulta inicial, deve avaliar alguns aspectos da demanda para fazer a melhor indicação de trabalho. 

Por Shirley Miguel

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