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CONEXÕES IMPERFEITAS

Estamos vivendo em um tempo em que a não-perfeição não é tolerada, e apesar de o tempo todo ouvirmos coisas do tipo: – “Respeite às diferenças.” -“Ninguém é perfeito.” ou -“Seja você mesmo!”, isso não ocorre na realidade.

“Crescer exige tempo, e pode demorar muito aprender a equilibrar os sonhos com as realidades. Podemos levar muito tempo para aprender que a vida é, na melhor das hipóteses, “um sonho sob controle” – que a realidade é feita de conexões imperfeitas.”

Em tempos assim, esse trecho do livro Perdas Necessárias, de Judith Viorst  nos convida a ressignificar esse novo modismo, seja você mesmo, mas não erre, não discorde, não expresse, não saia muito do que se espera de você, sobretudo nos mais diferentes níveis de relacionamentos.

Esse artigo é uma crítica ao termos que pensar e  ser todos iguais para merecermos respeito, é uma crítica aos que precisam de leis que regulamentem o óbvio, pois TODAS as vidas merecem respeito independentemente de raça, etnia, religião, ideologia, gênero, orientação sexual, e mesmo aqueles que erram merecem respeito, mesmo os que cometem crimes ou não nos representam. 

O respeito ao outro não tem a ver com o outro, mas conosco mesmos, claro que as ações que praticamos tem suas consequências, existem regras a serem respeitadas e suas “penas” quando não o são, isso vale para todos, mas o respeito independe disso. 

Já reparou como mudamos de perspectiva dependendo do momento e condição que estamos vivendo?  

O ser humano é um ser em construção e por isso não é perfeito, tem o potencial de se melhorar e o seu semelhante é o espelho para isso. Sendo imperfeitos em constante construção, nossas conexões serão imperfeitas e precisamos aprender a diferenciar nossas fantasias da realidade possível, aquela que vamos transformando em algo melhor, caso não nos fixemos apenas nos pontos negativos, nos problemas. 

Isso serve para muitas coisas, desde coisas grandes como questões sociais, políticas e econômicas até nossa vida do dia-a-dia. Podemos fazer nossa parte, fazer críticas construtivas, recomeçar, fazer escolhas, produzir e até lamentar, mas que nosso olhar seja a construção de uma realidade possível, na qual passo de simples contemplador-crítico para alguém ativo na mudança, muito mais com pequenos atos do que com grandes gritos.