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26 de dezembro de 2020 jonas 0 Comentários

CASQUINHAS DE FERIDA

Imagine uma espinha enorme no seu rosto ao olhar no espelho depois de acordar. Ela aparece bem no dia que você tem um encontro ou uma reunião importante. Você não resiste e cutuca, passa um corretivo e vai para seu evento. Quem não faz isso? Difícil quem resista a resolver esse “problemão” de imediato. No outro dia a espinha virou um machucado e já se vê uma casquinha se formando. Bom, não podemos ainda ser vistos assim e partimos logo para tirar a casquinha, passar um corretivo e partir para as atividades do dia. Quando vemos lá está a casquinha de novo e começa todo o ritual e quando vai se ver temos uma cicatriz, uma manchinha nos lembrando daquela “espinha horrenda” que surgiu indevidamente há um mês. 

Eu mesma já fiz (e ainda faço) isso, mas já parou para pensar que esse comportamento prolonga o processo de cura? A espinha sumiria em no máximo 5 dias, mas ficamos com vestígios dela mesmo depois de um mês.

O emocional funciona do mesmo jeito. Um dia acontece algo e sentimos medo, mágoa, raiva. Não queremos nos sentir assim, mas nem sempre conseguimos nos livrar desses sentimentos de imediato, porque leva tempo e não há muitos corretivos para passar, já que o nosso mundo interno não obedece necessariamente a regras ou vontades externas, apenas a si mesmo.

Quando a dor já está amenizada, em processo de cura, lá vamos nós e cutucamos, com uma lembrança, uma palavra, um suvenir, etc, e recomeça todo o processo. Aquela dor volta e como nosso mundo interno não reconhece o tempo cronológico, nós temos a sensação de que tudo aconteceu “ontem” e sofremos mais uma vez. É um circulo vicioso!

Alimentamos e retroalimentamos nosso emocional com sentimentos passados e acreditamos que isso vai ajudar, quando na verdade é uma forma (talvez inconsciente) de reviver, reeditar, ressentir tudo. É o tal do remoer! Às vezes chega a ser um auto boicote.

O importante é que quando temos consciência desse processo vicioso e “viciado”, que o interrompamos e nos alimentemos do que nos faz bem, promove a cura de nossas emoções e relações. O passado (e suas dores) serve de aprendizado, não deve e não é esquecido, mas não precisa ser cultivado, cultuado como se fosse um guia.

Deixe suas feridas cicatrizarem completamente, as casquinhas caírem naturalmente, sem acelerar o processo para que as cicatrizes sejam menores e melhores.

A terapia não deixa de ser um processo de cura, não porque alguém vai curar suas dores, mas porque aprendemos nela a respeitar o processo natural da vida e não sofrer tanto com isso. Por isso, se não for possível parar de arrancar suas casquinhas, busque ajuda!

Invista em você!

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