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26 de dezembro de 2020 jonas 0 Comentários

RÓTULOS

O ser humano por ser “um animal inteligente” precisa agrupar as coisas em categorias, facilitando assim a recuperação das informações, identificação, associações diversas e abstrações, portanto rotular, no sentindo positivo da palavra, é um bem necessário à sobrevivência, ao progresso, à organização, à vida.

Podemos ver um claro exemplo da nossa necessidade de rótulos na análise da frase: ‘bebo leite todas as manhãs’, sem força nenhuma já visualizo o leite como um alimento, e mais, do grupo dos lacticínios, produzido por mamíferos, ou seja, sem pensar nos rótulos das diferentes marcas de leite, já sei o que é e assim posso fazer uso de maneira adequada. Então tá, conhecida a necessidade dos rótulos, vamos conhecer (relembrar) algumas de suas definições?

Rótulo para o nosso amigo Michaelis “é um pequeno impresso, de tamanho variável, geralmente em cores, quase sempre ornamentado com filetes, gravuras, etc., e que serve para colar em frascos, garrafas, latas, caixas, etc., para indicar o seu conteúdo”, ou em definições mais simples é: etiqueta que indica o conteúdo, inscrição, letreiro.

Hum, e o que isso tem a ver com psicologia ou com meus problemas?

Tudo! Desde algo estudado pela neuropsicologia, que busca conhecer as sinapses dos nossos “cérebros”, como de outros campos da psicologia, ciência, religião, sociedade, principalmente porque pessoas são rotuladas, “diagnosticadas”, pré-conceituadas o tempo todo, e porque nós, psicólogos, também temos os nossos rótulos, queridos ou não! Quatro olhos, baleia, magricela, estourado, porra-louca, drogado, bêbado, solteirona, playboy, gênio, problemático, louco, amargo, sábio, espiritual, controlador, fraco, forte, perdido, fútil, trabalhador, vagabundo, infantil, uma pessoa difícil, maduro, sério, palhaço da turma, solitário, tranqüilo, burro, deus, perfeito, inútil, fofoqueiro, gordo, cachorro, mulher da vida, conquistador, brilhante, mimado, arrogante, preguiçoso, os sem (saída, teto, terra, jeito), rico, pobre, feio, chato, insensível, sensível, deprimido, estressado, ansioso, panicoso (vem dos que tem síndrome do pânico), psicopata. Ahh, são tantos os rótulos ou adjetivos que passaria boas horas, senão dias, listando, se soubesse todos.

Você se identificou com algum? Vários? Os melhores? Os piores?

O fato é que todos somos de uma forma ou de outra o tempo todo rotulados e muitas vezes gostamos disso e gostamos muito mais de fazer isso. Mas o que somos afinal? Um conjunto de rótulos ou somos pessoas em constante transformação, crescimento, repetecos, mudanças, indas e vindas? Não estou aqui para responder, mas para incitar uma reflexão! Pense nisto antes de repetir, gritar a todos os rótulos que deu a alguém ou que deram a você e que você vem aceitando. Talvez os rotulados possam ser mais que os rótulos, mas eles devem ser os primeiros a se libertarem de suas etiquetas.

E… …nós, psicólogos, somos, antes de tudo, pessoas, assim como você!

“Pois fica decretado, a partir de hoje, que psicólogo é gente também. Sofre e chora, ama e sente, às vezes, precisa falar: O olhar atento, o ouvido aberto, escutanto a tristeza do outro, quando, às vezes a tristeza maior está dentro do seu peito. Quanto a mim, fico triste e fico alegre e sinto raiva também. Sou de carne e osso, e quero que você saiba isso de mim. E agora, que já sabe que sou gente, quer falar de você pra mim?” (Não tenho certeza da autoria dessa frase) 

É, às vezes precisamos tirar nossos próprios letreiros.

Invista em você!

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